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ATARGS: 82 anos na luta em defesa dos Técnicos Agrícolas

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Associação dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul, criada por iniciativa de um grupo de diplomados da Escola Técnica de Agricultura (ETA), de Viamão, é a grande impulsionadora do movimento nacional pela valorização e fortalecimento da profissão.

A Associação dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul (ATARGS) completa 82 anos neste sábado, dia 25 de novembro de 2023. Fundada em Porto Alegre, em 1941, por um grupo de Técnicos Agrícolas (TAs) diplomados pela Escola Técnica de Agricultura (ETA), de Viamão, a ATARGS é a mais antiga representação de classe da categoria no Brasil. Um dos fundadores da ATARGS foi o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel de Moura Brizola.

A ATARGS foi a principal impulsionadora do movimento pelo fortalecimento da profissão no cenário nacional nestas mais de oito décadas. A forte atuação da entidade contribuiu para a criação de outras associações estaduais, sindicatos, da Federação Nacional dos Técnicos Agrícolas (FENATA) e, em 2018, em apoio à criação do Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA).

“Sem a ATARGS, a categoria não teria alcançado o protagonismo que alcançou, até hoje, na organização associativa dos Técnicos Agrícolas e sua presença na defesa da agropecuária nacional”, diz o Téc. Agr. Mário Limberger, presidente do CFTA. “A ATARGS participou de todas as grandes lutas da categoria de 1941 para cá, apoiando o movimento dos Técnicos Agrícolas, em todo o território nacional, na luta pelo reconhecimento da profissão.”

Mário Limberger destaca ainda a importância da ETA na fundação da ATR e, consequentemente, da ATARGS. “A ETA foi a primeira escola agrícola do país e de lá saíram os fundadores da ATR. Toda a doutrina do movimento pela valorização e fortalecimento da categoria dos Técnicos Agrícolas foi concebida naquele estabelecimento de ensino agrícola.”

Além de Leonel Brizola, outros líderes notáveis também concluiram seus cursos técnicos na Escola Agrícola de Viamão (ETA). Entre eles, Hélio Prates da Silveira (1937), que veio a ser governador do Distrito Federal nos 1970, e Ary Rigo (1965), que foi vice-governador de Mato Grosso do Sul.

 

A fundação

A Associação dos Técnicos Rurais (ATR) nasceu a partir do desejo de um grupo de Técnicos Agrícolas formados na ETA de encarar os desafios que surgiam no seu horizonte profissional na década de 1940.

O tradicional símbolo da ATR (à esquerda), e que também identifica o CECAT - Centro dos Estudantes dos cursos Agro-Técnicos da Escola Técnica de Agricultura de Viamão, foi criação dos estudantes dos cursos de Técnicos Rurais da ETA por volta do ano de 1940. As primeiras aivecas foram cunhadas nas oficinas da própria escola, em chapas de alumínio, e trazidas à Fundição Wallig, em Porto Alegre, nelas eram impressas a fogo a cabeça de touro e a cadeia de agrimensor. Os associados da então ATR, Associação dos Técnicos Rurais passaram a exibir garbosamente nas lapelas a tradicional aiveca. Com o passar dos anos, houve a evolução do símbolo. A partir da década de 80, o logo passou a ser nacional, utilizando como símbolo as letras TA (de Técnico Agrícola) estilizadas.

Reunidos os Técnicos Rurais em assembleia geral na Associação Rural, hoje FARSUL, na Av. Borges de Medeiros, 541, no centro de Porto Alegre, no dia 25 de novembro de 1941, fundaram a sua entidade de classe: Associação dos Técnicos Rurais do Rio Grande do Sul (ATR).

 

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Foto do registro oficial da ATR em cartório, em 25 de novembro de 1941.

 

Na sala onde foi realizada a assembleia geral também funcionava a redação da revista A Granja, criada pelo então Técnico Rural Arthur Fabião Carneiro, que fez parte da 1ª diretoria da ATR. Por algum tempo, a associação e A Granja, uma das mais tradicionais publicações do setor agrícola, dividiram o mesmo espaço.

 

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Foto de exemplares da revista “A Granja”, criada pelo Técnico Rural e Jornalista Arthur Fabião Carneiro.

 

Um dos grandes momentos dos primeiros anos da ATR/ATARGS ocorreu em 22 de dezembro de 1943. Nesse dia, a associação promoveu um jantar/reunião no Restaurante Elite, em Porto Alegre, que reuniu toda a diretoria da ATR/ATARGS.

Na referida reunião de recepção dos novos associados da ATR, realizada na rua São Rafael, em Porto Alegre. Nesta rua, que atualmente denomina-se Alberto Bins, originou-se o Hotel Plaza São Rafael, um dos mais imponentes do centro da capital gaúcha. À época, destaca-se o traje dos Diretores da ATR presentes no jantar, que era peculiar: terno, gravata e chapéu de feltro, que era guardado na chapelaria durante o jantar.

 

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Estavam presentes no jantar/reunião, no restaurante Elite, situado na Av. São Rafael, 151, atual Alberto Bins, em Porto Alegre, em 22/12/43, da direita para a esquerda, sentados: Osvaldo Peixoto de Oliveira, Homero Duarte Paim, Silvestre Vargas, Ibaré de Almeida Souza, Arthur Fabião Carneiro, Gomercindo Saraiva, Raul Samuel de Souza e um Técnico não identificado. Na mesma ordem, em pé: Ruy Bado Krug, João Pedro dos Santos, José A. S. Barros, Leonel de Moura Brizola, Archiminio Almeida Teixeira, Edmundo Arnt Neto, Leônico Valério da Silveira, Nestor Moreira e Homero Laranjeira Martins.

 

A 1ª diretoria da ATR (1941) tinha a seguinte composição:

Presidente:  Archiminio Almeida Teixeira;

Vice-presidente: Elido Machado Moreira;

Primeiro Secretário: Leone Atílio Muraro;

Segundo Secretário: Leonel de Moura Brizola;

Primeiro tesoureiro: José Castelano Rodrigues;

Segundo tesoureiro: João Pedro dos Santos.

 

Listagem Conselho Fiscal

1 - Arthur Fabião Carneiro;

2 – Ary Caldeira da Silva;

3 – Aureo Gonçalves Dias.

 

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Foto do 1º Estatuto da ATR, elaborado em 1941, e impresso em 1955 pela tipografia Santo Antônio - Pão dos Pobres, em Porto Alegre/RS.

 

Em 1975, já sob a liderança de Mário Limberger, a ATR passou a ser denominada Associação dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul (ATARGS).

 

Eleição e posse da diretoria da ATARGS 

Após um período da ATR sem atividades, houve o movimento de reativação e reorganização da associação, que culminou numa assembleia elegendo uma nova diretoria para a entidade, assim constituída: 

Presidente: Mário Limberger;

Vice-Presidente: Isaac Castelano Rodrigues;

1º Secretário: Juarez Pedro Schu

2º Secretário: Irio Odalgir Rubert

1º Tesoureiro: Raul Celso Grehs

2º Tesoureiro: Rosalvo Schuster

Bibliotecário: Euclides José Rodrigues

 

Conselho Fiscal da ATARGS:

 

Efetivos:

1 - Antônio Favero;

2 - Luiz Alvanis Merlugo;

3 - Antônio Tavares Crespo.

 

Suplentes:

1 - Claudio Hilleband;

2 - Ivalino Gotardo;

3 - Ramiro Gabriel Barcelos Feijó.

 

A partir da eleição da nova diretoria da associação, todo o trabalho de mobilização foi direcionado para organizar os Técnicos Agrícolas das cooperativas, revenda de produtos agroquímicos, agroindústrias, agropecuárias, empresas do serviço público, como a EMATER/ASCAR, etc. Nesse período, para fortalecer o movimento, foram criadas as coordenadorias em todas as regiões do Rio Grande do Sul, possibilitando a participação dos profissionais.

Em 1977, a diretoria começou a instalar as coordenadorias regionais em todo o Rio Grande do Sul. A primeira coordenadoria foi de Santa Rosa e região, e tinha como coordenador o falecido Juarez Pinto Guterres, sendo instalada em abril na Câmara de Vereadores de Santa Rosa.

No mesmo ano, foram criadas novas coordenadorias, como a de Ijuí, que foi instalada dentro da Cooperativa Cotrijuí e tinha como um dos coordenadores os Técnicos Agrícolas: Sadi Pereira, Pedro Pittol e Auri dos Santos Braga. A terceira coordenadoria foi criada no município de Farroupilha, abrangendo a região da Serra gaúcha.

Nessa época as associações estaduais de técnicos agrícolas também começam a ganhar força, com o apoio da ATARGS. A primeira reunião formal das associações ocorreu em 1978, na ETA, em Viamão. Participaram do encontro Hugo Biehl (SC), Nelson Dias Neto e Vilmar Vieira Mattos (MS), Mário Limberger (RS) e Valmir Verçosa (SP), e representantes de Alagoas e Minas Gerais.

 

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 Foto da 1ª reunião de presidentes de associações, na ETA, em 1978.

 

Velha guarda dos Técnicos Agrícolas

Muitos dos Técnicos Agrícolas que participaram da criação da ATARGS ainda hoje apoiam o movimento da categoria no Rio Grande do Sul e no Brasil. Entre eles, estão Sadi Pereira (Ijuí), Valdir Monegat (Feliz), Pedro Pittol (Ijuí), Auri Braga (Ijuí) e Gilberto Aiolfi (Santo Ângelo). Segundo o presidente do CFTA, “os nossos históricos companheiros da velha guarda seguem na luta, apoiando a ATARGS e o movimento nacional da categoria.”

 

Criação da FENATA

Na década de 1980, após uma luta incessante, os Técnicos Agrícolas conquistaram o direito de fundarem seus sindicatos. E a ATARGS coordenou e financiou todo o movimento de fundação do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado do Rio Grande do Sul. Isso permitiu que o movimento tomasse novos rumos, na busca de melhores condições de trabalho, oportunidades de emprego e melhoria salarial. A ATARGS também participou da criação da Federação Nacional dos Técnicos Agrícolas (FENATA).

 

A importante luta pela regulamentação da profissão

Em 1985, a primeira concentração da ATARGS no CTG Aldeia dos Anjos, em Gravataí, com a presença de centenas de Técnicos Agrícolas do RS para comemorar a vitória da regulamentação da profissão (Decreto 90.922/85).

 

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Foto da 1ª concentração da ATARGS no CTG Aldeia dos Anjos, em Gravataí, em 1985.

 

Empreendedorismo

Em 1999, por meio de alteração em seu estatuto, a ATARGS passou a representar também as empresas dos Técnicos Agrícolas. Com isso, a ATARGS volta-se ao Técnico Agrícola empreendedor e começa a mudar o seu perfil de atuação, ao dar atenção ao profissional autônomo e ter uma visão mais empreendedora.

Nessa época, a ATARGS fez convênios diversos convênios para qualificar o técnico na área de empreendedorismo, como com o SEBRAE/RS, para promover treinamentos para incentivar os Técnicos Agrícolas a se tornarem cada vez mais empreendedores.

A preocupação da associação com a organização da profissão, inclusive, com a participação da família é uma das características importantes na história da ATARGS. Os eventos organizados sempre tinham como uma das pautas disponibilizar passeios turísticos, além de jantares que eram realizados aos Técnicos Agrícolas e familiares.

 

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Receituário Agrícola

Depois da regulamentação da profissão, a primeira luta da associação foi buscar o direito de prescrever o receituário agrícola. A guerra foi vencida pelos Técnicos Agrícolas contra seus opositores instalados nos CREAs, que impediam o exercício profissional e defendiam a reserva de mercado. A solução encontrada,  na década de 80 e 90, foi de apelar ao Judiciário, especialmente, no Tribunal Regional Federal do RS, que decidiu que os Técnicos Agrícolas estão aptos e têm atribuições para exercer as atividades no comércio de agroquímicos no RS, prescrevendo receituários, assistência técnica e responsabilidade técnica das empresas.

 

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Uma das grandes lutas da ATARGS foi garantir aos Técnicos Agrícolas o direito de emitir o receituário agronômico. Essa conquista veio junto com outras, asseguradas com a regulamentação da profissão (Decreto 90.922/85). Entre elas, destacam-se outras prerrogativas profissionais, tais como:

1)   Responsável pela elaboração de projetos de crédito rural;

2)   Prescrição do receituário agrícola nas revendas de defensivos;

3)   Responsável técnico nas revendas de defensivos;

4)   Liberdade para atuar em atividade topográfica;

5)   Projetos de licenciamento ambiental.

 

Luta da ATARGS contra os Conselhos de Fiscalização Profissional

Uma das frentes de batalha da ATARGS foi o enfrentamento aos Conselhos de Fiscalização Profissional: CREA/RS, CONFEA, CRVM/RS (Conselho Regional de Medicina Veterinária) e CORE (Conselho Regional de Representantes Comerciais). A ATARGS contestou, inclusive judicialmente, as dificuldades de exercer as atribuições da profissão, os valores das anuidades, taxas e serviços cobrados dos Técnicos Agrícolas e das empresas por esses conselhos e denunciou as práticas arrecadatórias dessas entidades.

No caso específico do CRVM/RS, a ATARGS se viu obrigada a recorrer à Justiça porque o Conselho dos Médicos Veterinários passou a exigir que as revendas de produtos veterinários se registrassem no Conselho deles e ainda contratassem um veterinário como responsável técnico para as empresas pequenas e, inclusive, familiares. O presidente do CFTA acrescenta: “A ATARGS entrou com mais de 200 ações na Justiça contra o CRVM/RS e ganhou todas. Em algumas ocasiões, também tivemos que enfrentar outras forças poderosas, como a Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, para fazer valer o direito dos Técnicos Agrícolas”.

Hoje, a ATARGS segue atuante, cumprindo sua missão institucional e apoiando as demais associações, sindicatos, a FENATA e o CFTA. A ATARGS foi uma luta que surgiu para iluminar o caminho dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul e do Brasil e pelo reconhecimento da profissão e de suas atribuições legais.

A ATARGS funciona no Edifício Coliseu, em Porto Alegre, onde, na década de 70, adquiriu um espaço para instalar as suas atividades e, hoje, ampliada, já conta com quase 300 metros quadrados, onde também estão centralizadas parte da administração da FENATA e do CFTA. Desde 1975 até agora, a ATARGS foi administrada por excelentes Técnicos Agrícolas com muita visão de gestão: 1º Mário Limberger, 2º Edegar da Silva, 3º Paulo Schneider, 4º Sérgio Favero, 5º Celestino Munari, e atualmente é presidida por Mário Limberger.

 

Notícias da FENATA

FEPRAG luta CONTRA os Técnicos Agrícolas e falta com a verdade!

A Federação Brasileira das Associações de Controladores de Vetores e Pragas Sinantrópicas – FEPRAG tem buscado de todas as formas retirar a atribuição dos Técnicos Agrícolas em atuar na prestação dos serviços de controle integrado de vetores e pragas urbanas por empresas especializadas. Junto ao Projeto 65/2016 que atualmente tramita na Comissão de Assuntos Sociais – CAS, a FEPRAG tem articulado a remoção dos Técnicos Agrícolas do Projeto junto ao Relator, o Senador Eduardo Gomes (TO). Confira o recente ataque da FEPAG aos Técnicos Agrícolas:   Prezado Senador Eduardo Gomes, Acompanhamos com afinco a tramitação do PLC65/2016 que trata da atividade de Controle de Pragas Urbanas. A FEPRAG representa associações de empresas do setor distribuídas pelo Brasil, hoje 17 associações estaduais com significativa representação. Gostaríamos de esclarecer que não nos interessamos e nem praticamos reserva de mercado para nenhum profissional. Buscamos apenas promover o desenvolvimento do setor de forma a intensificar sua responsabilidade técnica e oferecer maior segurança a saúde pública e ao meio ambiente. Nossa atividade, desde 2017, é classificada pela ANVISA como de Alto Risco e, por isso, invalida ações legais anteriores que davam direitos a profissionais de nível técnico, exercerem a responsabilidade técnica da atividade. E nisso, somos apoiados pela própria ANVISA e pelos conselhos profissionais de diversas graduações (CONFEA, CFBio, CFMV, etc.) No 1º semestre desse ano, o Senador Marco do Val, do ES, compreendeu o impacto que a Responsabilidade Técnica provoca e principalmente, a responsabilidade do poder público em deliberar sobre isso. Em tempo, conseguiu aprovação para a realização de uma audiência pública sobre o tema, mas infelizmente deixou a Comissão do Meio Ambiente – CMA. O Senador Otto Alencar infelizmente sucumbiu a pressão agressiva dos Técnicos Agrícolas e mudou seu relatório inicial em que discordava da emenda em análise e ainda por cima dispensou a audiência pública, o que impediu o debate do tema. É uma tendência NACIONAL o poder público municipal terceirizar a atividade de Controle de Vetores como o Aedes Aegypti pelos municípios do Brasil afora e, da forma como está, coloca-se em risco a saúde pública na medida em que a Responsabilidade Técnica exercida não não se equilibra à necessária. O que propomos é que, caso discorde da posição defendida pelo setor que desenvolve essa atividade (somos contra a emenda da Senadora Kátia Abreu), ao menos solicite uma audiência pública para que todas as partes da sociedade possam ser ouvidas e que debatam de forma democrática o tema. Atenciosamente, FEPRAG   A Federação Nacional de Técnicos Agrícolas – FENATA e suas 35 entidades filiadas representando mais de 300 mil técnicos agrícolas lamentam o corporativismo selvagem dos que se intitulam os “únicos capazes” de prestar assistência técnica e responsabilidade no combate a pragas e vetores urbanos. A FEPRAG está faltando com a verdade quando afirma que não estão praticando reserva de mercado e distorcem descaradamente a Portaria da Anvisa de 2017. Desde quando chamar para seu grupo (profissionais de nível superior) a responsabilidade técnica não é reserva de mercado? Estas “lideranças” esquecem que os Técnicos Agrícolas já praticam a responsabilidade nesta área há mais de 20 anos. Nós da FENATA, Sindicatos e Associações, defensores dos diretos dos Técnicos Agrícolas não aceitamos esse falso discurso e vamos continuar mobilizando nossa categoria e reagiremos na mesma moeda.  CAPÍTULOS ANTERIORES Tramita no Senado Federal o Projeto de Lei 65/2016 que dispõe sobre a prestação dos serviços de controle integrado de vetores e pragas urbanas por empresas especializadas. No Projeto, existe uma aberração por parte do autor que pretende retirar atribuição dos técnicos agrícolas de serem responsáveis técnicos por empresas de prestação de serviços na área de controle de pragas e vetores em áreas urbanas, que os Técnicos Agrícolas têm definida em sua regulamentação profissional através do Decreto 90.922/85, conquistado pela FENATA. Art. 6 - As atribuições dos técnicos agrícolas de 2º grau em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional e da sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em:  XXIV - responsabilizar-se pelas empresas especializadas que exercem atividades de dedetização, desratização e no controle de vetores e pragas. Para o presidente da FENATA, Téc. Agr. Mário Limberger "esta atitude de discriminar os técnicos agrícolas retirando seus diretos profissionais é uma afronta a profissão por parte do Conselho Federal de Biologia que quer garantir reserva de mercado para os profissionais de nível superior. Infelizmente, querem elitizar este mercado de trabalho, retirando os direitos assegurados dos técnicos agrícolas."  O projeto, cujo autor é o Dep. Federal Laercio Oliveira (SOLIDARIEDADE/SE) foi aprovado na Câmara dos Deputados através do nº PL 6098/2013 e foi encaminhado em 2016 para análise do Senado Federal.FENATA SOLICITA APOIO! No final do ano passado, a pedido da FENATA, a Senadora Kátia Abreu (TO) protocolou Emenda de Plenário que provocou uma reviravolta no projeto, obrigado seu retorno as Comissões do Senado: Meio Ambiente e Assuntos Sociais. Nesta emenda, a Senadora buscava assegurar a manutenção da atribuição de responsabilidade técnica para os técnicos agrícolas no controle de pragas e vetores urbanos já previsto no Decreto 90.922/85.  Conheça a Emenda da Senadora Kátia Abreu. A Emenda da Senadora impede a criação de reserva de mercado para profissionais de nível superior e assegura um grande campo de trabalho para os técnicos agrícolas, que vem sendo exercido por mais de 20 anos.  Em fevereiro de 2019, o Senador Marcos do Val (ES) assumiu a relatoria do Projeto, e deu parecer favorável à Emenda da Senadora Kátia Abreu para que os profissionais técnicos agrícolas e profissionais de nível superior pudessem continuar na responsabilidade técnica pela atividade de controle de pragas e vetores. Veja a emenda do Senador Marcos do Val: No art. 4º, inciso X, dessa Resolução define-se “responsável técnico” como: "Profissional de nível superior ou de nível médio profissionalizante, com treinamento específico na área em que assumir a responsabilidade técnica, mantendo-se sempre atualizado, devidamente habilitado pelo respectivo conselho profissional, que é responsável diretamente: pela execução dos serviços; treinamento dos operadores; aquisição de produtos saneantes desinfestantes e equipamentos; orientação da forma correta de aplicação dos produtos no cumprimento das tarefas inerentes ao controle de vetores e pragas urbanas; e por possíveis danos que possam vir a ocorrer à saúde e ao ambiente. (grifo nosso)" Leia na íntegra o Parecer do Senador Marcos do Val! Em maio de 2019, o Conselho Federal de Biologia enviou ofício à Comissão de Meio Ambiente solicitando que o relatório do Senador Marcos do Val não fosse colocado em votação e que o tema devesse ser melhor debatido. Afim de produzir um debate mais amplo, o Senador Marcos do Val encaminhou o Requerimento nº 31 de 2019 para promover uma Audiência Pública, onde a FENATA representando os Técnicos Agrícolas brasileiros foi convidada à participar. O requerimento foi aprovado pelos membros da CMA. O INÍCIO DAS MANOBRAS Na mesma semana onde foi aprovada a realização da audiência pública, o Senador Marcos do Val foi retirado do quadro de membros da Comissão do Meio Ambiente, e seu parecer favorável à aprovação da Emenda da Senadora Kátia Abreu simplesmente perdeu objeto.  Em seu lugar, assumiu a relatoria do Projeto o Senador Otto Alencar (PSD-BA), que em apenas 15 dias, proferiu parecer REJEITANDO a Emenda proposta pela Senadora Kátia Abreu e solicitou o CANCELAMENTO da audiência pública, que deverá ser referendada pelos membros da CMA.   Relator do PL 65/2016 - Sen. Otto Alencar O Senador Alencar justificou rejeição à Emenda da Senadora Kátia Abreu alegando que “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA através da RDC 153/2017 classificou IMUNIZAÇÂO E CONTROLE DE PRAGAS URBANAS como Atividades de Alto Risco, pois para atuarem necessitem de prévia fiscalização e avaliação da autoridade sanitária. Não há atividade Classificada como de Alto Risco que tenha como Responsável Técnico um profissional de nível médio. Os Decretos 90.922/1985 e 4.560/2002 (argumentados na Emenda e na Relatoria), que autorizam os Técnicos Agrícolas a serem responsáveis Técnicos de empresas de Controle de Pragas Urbanas são anteriores às regulações atuais do setor de 2009 (RDC 52/2009) e principalmente à RDC 153/2017 da ANVISA que classifica a atividade como de Alto Risco, por isso não representam os valores e diretrizes atuais de Biossegurança. Porém, analisando a Resolução 52/2009 da ANVISA, verifica-se que na Seção III – Das Definições, Art 4º, Ítem X: Art. 4º Para efeito deste regulamento técnico, são adotadas as seguintes definições: X - responsável técnico: profissional de nível superior ou de nível médio profissionalizante, com treinamento específico na área em que assumir a responsabilidade técnica, mantendo-se sempre atualizado, devidamente habilitado pelo respectivo conselho profissional, que é responsável diretamente: pela execução dos serviços; treinamento dos operadores; aquisição de produtos saneantes desinfestantes e equipamentos; orientação da forma correta de aplicação dos produtos no cumprimento das tarefas inerentes ao controle de vetores e pragas urbanas; e por possíveis danos que possam vir a ocorrer à saúde e ao ambiente; Conclui-se, portanto, que os profissionais de nível médio profissionalizante, no caso os Técnicos Agrícolas são sim considerados responsáveis técnicos, podendo atuar na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas, conforme define a RDC 52/2009 da ANVISA. Dessa forma, questionamentos surgem quanto as razões do Senador Otto Alencar em retirar dos técnicos agrícolas a condição de responsabilidade técnica.  Porque o Senador, contrariando os Decretos Regulamentadores da profissão, a própria Resolução 52/2009 da ANVISA quer que os profissionais de nível médio percam uma atribuição que exercem há mais de 20 anos?  COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE (CMA) DO SENADO Presidente: Sen. Fabiano Contarato Secretário da CMA: Airton Luciano Aragão JúniorTelefone: 61 33033284E-mail: 

ATARGS: 82 anos na luta em defesa dos Técnicos Agrícolas

  Associação dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul, criada por iniciativa de um grupo de diplomados da Escola Técnica de Agricultura (ETA), de Viamão, é a grande impulsionadora do movimento nacional pela valorização e fortalecimento da profissão.